O efeito mais grave  e deprimente dos depoimentos e delações da Lista do Fachin é seu papel na restauração da velha ordem social brasileira, típica de uma sociedade desigual e hierarquizada, onde as classes sociais e seus representantes pouco a pouco retornam aos papéis tradicionais num universo de domínio e  submissão.

No dia primeito de abril de 1929, um grupo de mulheres elegantes marchou fumando pelas ruas de Nova Iorque. Uma ousadia – na época era inaceitável que o fizessem em público. O protesto “feminista” estampou manchetes de jornal do país inteiro e elas foram descritas como “sufragistas acendendo as tochas da liberdade”.

Há um sentido muito claro no fracasso das manifestações convocadas para este domingo, 25, por MBL, Vem Pra Rua e outros movimentos que fizeram grandes atos no ano passado a favor do impeachment: amplos setores da classe média desiludiram-se com o golpe que apoiaram e entenderam o sentido retrógrado do governo Temer.

Se eu fosse um adepto da teoria da conspiração, escreveria que a deposição da Presidenta da Coreia foi um golpe dos neoliberais dos Estados Unidos para favorecer a destruição de três importantes concorrentes de empresas norte-americanas, a L&G, a Samsung e a Hyundai.

Embora os grandes meios de comunicação nunca deem destaque aos argumentos contrários, esta afirmação é controversa. Estudo da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita (Anfip) diz que o "rombo" é um mito.

Depois de passarem meses hibernando durante o governo não-eleito de Michel Temer, os grupos que ajudaram a levá-lo ao poder anunciaram que voltarão às ruas. As manifestações em todo o Brasil estão marcadas para dia 26/03 com uma pauta difusa.

Gilmar Mendes tanto fez e tanto disse que hoje é a única autoridade onipresente do Brasil. Ele emite opinião sobre tudo, de jogo de castanhas de caju até a separação de caixa 2 de caixa 2.

A lista da Odebrecht e demais empreiteiras está gerando duas estratégias do chamado fogo de encontro. A primeira, o contragolpe de Michel Temer, para impedir sua cassação, com duas etapas bastante nítidas.

Caro Leandro Karnal, como seu (ainda) admirador, não poderia deixar de criticar, não somente o encontro com Moro, como as justificativas que você apresenta supostamente para “quem gosta de você”.

Não há veneno maior para o caráter, suborno maior de pessoas do que a perspectiva de se tornar celebridade, a pessoa que, levada por Mefistófeles, chega ao Olimpo da mídia de massa e imagina que se torna um semideus.