O Globo disse, num editorial, que o golpe não é golpe. Há muito tempo ninguém mais tem o direito de se surpreender com nada de abjeto quando se trata do Globo.

Muitos foram os peemedebistas que lhe ofereceram os fósforos mas houve também o que fizeram advertências sobre o que ele enfrentará se for empossado.

O pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff não tem NADA A VER com a Operação Lava Jato, nem com qualquer outra iniciativa de combate à corrupção.

Se ainda existia algum pedaço de pano velho, um trapo andrajoso qualquer, que conseguisse esconder o rosto hipócrita de algum líder oposicionista que se mobiliza em prol do impeachment, este foi posto ao chão pela lista da Odebrecht, divulgada na semana passada.

Em 1938, o líder nazista Adolf Hitler foi escolhido o “homem do ano” da revista Time. Antes disso, Hitler figurou na capa de diversas revistas europeias e norte-americanas, no mais das vezes com matérias elogiosas acerca de sua luta contra a corrupção e o comunismo que “ameaçavam os valores ocidentais”.

O processo de impeachment contra a presidenta Dilma é um golpe em dois sentidos: político e financeiro. Não tem qualquer traço de legalidade.

A função do STF

Fique atento a uma discussão entre juristas sobre o papel do STF (Supremo Tribunal Federal). Há uma corrente majoritária de juristas defendendo o papel do STF como Corte Constitucional – ao invés de mero tribunal de apelação.

Na primeira parte deste artigo tentou-se, primeiro, esboçar uma correta contextualização do fenômeno da “judicialização”, frequentemente referido, sem maior precisão conceitual, no intenso debate político vivido no Brasil nos últimos anos.

Na ópera-bufa em que se transformou o processo de golpe contra Dilma Rousseff, há uma fauna bastante diversificada: procuradores sem um mínimo de isenção, juízes que se colocam acima da lei, mídia que mente, distorce e divulga grampos ilegais, políticos sujos gritando contra a corrupção e numerosa matilha fascistoide de adoradores do ódio e das ditaduras.

A Operação Lava Jato desenrolou-se, nos últimos dois anos, seguindo uma narrativa com início, meio e fim. Uma história que devia terminar com Lula preso e responsabilizado pela montagem de um mega-esquema de corrupção para financiar a manutenção do PT no poder.