Às vezes imagino como seria ser um judeu na Alemanha dos anos vinte e trinta do século passado, pressentindo que alguma coisa que ameaçava sua paz e sua vida estava se formando mas sem saber exatamente o quê.

Paulo Sérgio Leite Fernandes, decano dos criminalistas de São Paulo aos 79 anos, é um crítico do juiz Sergio Moro e das delações premiadas na Lava Jato. Para ele, essa prática “foi importada da América do Norte e, na linguagem de beira de cais, é cagüetagem[1]. Delata-se por vários motivos: satisfação econômica, castigo menor, sadismo, ódio, culpas, vingança”

A Veja não chegou a este grau de miséria jornalística expressa no caso Romário de repente. Foi uma longa jornada. O marco zero foi a substituição, no final dos anos 1990, de Mario Sergio Conti por Tales Alvarenga na direção da redação.

Xico Sá está apanhando nas redes sociais por um haicai (“viver é estouro/ sou mais Zé Dirceu/ q o tal do Mouro”) e alguns tuítes (“Não, não, nao, ñ me incomoda q o Psdb seja inimputável, o q me deixa puto é e q a justiça brasileira só veja um lado”, por exemplo).

O jornal O Globo realmente não se emenda em seu furor contra o Estado. Em recente editorial o jornal da família Marinho não fez por menos e culpou a grandeza do Estado pela corrupção no país. Por sinal, o tipo de editorial repetido ao longo do tempo.

José Dirceu foi preso porque em liberdade representava uma “ameaça à ordem”, como disse o juiz Sergio Moro. Cumpre disciplinadamente uma prisão domiciliar sob a supervisão do STF. E se quisesse, teria fugido durante a angustiante espera da nova prisão.

Mais uma vez, com a prisão de Dirceu, o juiz Sergio Moro promove uma divisão no Brasil.  Num país já visceralmente dividido, é uma péssima notícia. Sobre a competência de Moro o tempo vai falar. Desde já está claro que ele tem um papel de divisor, e não de somador.

O procurador Deltan Dallagnol se define assim nas redes sociais: “Seguidor de Jesus, Marido e Pai Apaixonado, Procurador da República por Vocação e Mestre em Direito por Harvard”.

Esperam-se, para o próximo dia 16 de agosto – mês do suicídio de Vargas e de tantas desgraças que já se abateram sobre o Brasil – novas manifestações pelo impeachment da presidenta da República, por parte de pessoas que acusam o governo de ser corrupto e comunista e de estar quebrando o país.