A verdade sobre a saída de Bell do Chiclete! por Marconi de Souza |
Wednesday, 25 September 2013 23:09 |
Mostrei que, por trás daquela bandana que o cantor Bell Marques carrega sobre sua cabeça, se esconde muito mais do que uma incômoda calvície – fraudes, sonegação fiscal, caixa dois e até exploração de talentos em proveito próprio. Ele trouxe a menina para a capital baiana, para gravações na WR e, em 1996, criou a Banda Coxa Bamba. A família da garota veio junta e assinou um contrato com a Babell – empresa do grupo Chiclete com Banana –, na qual a garota teria direito a 50% da renda bruta e 60% dos direitos fonográficos ao longo de 10 anos. Paulla Cristinny foi elogiada na Rede Globo em cadeia nacional no Carnaval de 1998. Mas a verdade é que nunca recebeu os 50% da renda bruta nos 47 shows que fez em quatro estados brasileiros. Recebia apenas cachês de R$ 100. Resultado: entrou com ação (16ª Vara Cível de Salvador) e o Chiclete com Banana apresentou uma relação de pagamentos num papel sem timbre e sem assinatura. Ridículo! E mais: se recusou a entregar o livro da contabilidade. Aí minha série de reportagens pegou fogo! Um mês depois, eu trouxe outro personagem envolvendo o grupo. No dia 15 de dezembro de 2002 estampei a manchete “Jonne processa Chiclete por fraudes”, também com farta documentação. Ao longo de uma semana denunciei a sonegação fiscal, a prática de caixa dois e outras fraudes do grupo. E foram nessas reportagens que apareceu a empresa Mazana, do Chiclete, hoje estopim do rompimento do grupo. João Fernandes da Silva Filho, o Cacik Jonne, ex-guitarrista da banda, ingressou com duas ações cíveis (23ª Vara Cível) e uma trabalhista. As denúncias provocaram grandes turbulências no grupo, a ponto de, seis meses depois (em junho de 2003), a Delegacia da Receita Federal concluir – no processo de Paulla Cristinny – que apenas 34% da renda bruta dos eventos do Chiclete com Banana estavam contabilizados. O perito Alex Andrade (PJO – 2605) afirmou nos autos: “O cantor Bell Marques registra toda a sua movimentação financeira por meio de conta-caixa, apesar da existência de conta corrente bancária com um volume significativo de transação e que difere da conta-caixa em vários lançamentos caracterizando assim a ausência de conciliação”. E mais: o perito constatou que na declaração de impostos de pessoa física, de 1997, Bell Marques afirmava ter um patrimônio de R$ 1,6 milhão e rendimentos tributáveis de R$ 67 mil (ganhava R$ 5,5 mil por mês), daí que pedia uma restituição da Receita Federal de R$ 961! No ano seguinte, Bell informava que seus rendimentos eram de R$ 75 mil (ganhava R$ 6,2 mil por mês), e queria a restituição em R$ 3 mil. Em 1999, seus rendimentos tributáveis foram de apenas R$ 9 mil ao ano (ganhou cerca de R$ 750 por mês), e ele pedia R$ 559 de restituição à Receita Federal. Na minha reportagem, eu cheguei a perguntar se Bell Marques ainda era o cantor ou agora trabalhava como “cordeiro” de trio-elétrico, mas o editor cortou minha pergunta! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
De lá para cá, tudo isso aí foi virando uma enorme bola de neve no Chiclete com Banana, principalmente porque os outros membros do grupo – inclusive os irmãos de Bell, Waldemar e Wilson Marques – abriram os olhos. E o grupo entrou em colapso, segundo me disse um empresário do ramo no início deste ano, informando-me que o rompimento era inevitável diante da insana contabilidade. Enfim, a verdade sobre a saída de Bell Marques dificilmente será revelada pela imprensa baiana. Assim como nenhum jornalista tem coragem de escrever sobre um escândalo ainda maior envolvendo Ivete Sangalo e seu irmão Jesus Sangalo. Mas eu vou contar tudo no livro “ACM e Adriana – uma história de amor, traição e grampo”. O Chiclete aparece no Capítulo 22, com o título “A banana do Chiclete”! Lá você vai ler a repercussão no grupo sobre a compra do jatinho de Bell, que custou R$ 17 milhões em 2010, e o que levou o grupo a vender a sua rádio recentemente por R$ 13 milhões! Não posso adiantar nada agora porque ainda preciso de confirmações contundentes para o que me informaram. Aliás, minha marca no jornalismo foram os documentos – não havia reportagem minha sem documentação. Ademais, a última vez que falei com Jonne foi em 2006, quando ele estava aposentado pelo INSS, ganhando uma miséria que mal dava para pagar os remédios da sua grave doença! Ele é portador de ataxia cerebelar, uma doença resultante de lesões que afetam o cerebelo, causando tremores no andar, na fala, na escrita, etc… E pergunto: como é que estão os processos de Jonne? Foram extintos? Algum advogado se vendeu? Olha, cadê essa imprensa de merda que não faz nada… Bem, somente quando você comprar o meu livro vai saber a história completa do rompimento de Bell Marques com o Chiclete. Isso aqui foi só a introdução, o prelúdio, para evitar que o fã não fique tanto com cara de banana, mas o suficientemente esperto para parafrasear a canção: Se você é chicleteiro, Deus te perdoa. Se você não é, Deus tá “de boa”! Bom dia! |
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