Vale vende área de fertilizante aos americanos. A potência agrícola é uma colônia. Por Fernando Brito |
Economia | |||
Tuesday, 20 December 2016 03:04 | |||
Estamos falando de mais de dez milhões de toneladas de nitrogênio, potássio e fósforo, o famoso NPK que você já tenha visto escrito em embalagem de fertilizante artificial. O Brasil é o 4º consumidor mundial de fertilizantes, ficando atrás apenas da China, da Índia e dos Estados Unidos Os fertilizantes, como você vê na figura acima, respondem, só no caso da soja, por 30% dos custos operacionais de produção – excluído o custo financeiro, que só é suportável porque há subsídio estatal: aquele tal “Plano Safra”, que usaram para derrubar Dilma Roussseff. O Brasil tem meios de ser autossuficiente em fertilizantes, mas não é. Importa perto de 80% do fertilizante consumido. E tem matéria prima para fazer aqui. O nitrogênio é obtido pela amônia, retirada do gás natural, associado ao petróleo. A maior unidade de produção de amônia do Brasil, em Três Lagos (MS) foi paralisada pela Petrobras, na esteira da obra do Dr. Sérgio Moro. No potássio, temos a terceira maior reserva do mundo, perdendo apenas do Canadá e da Rússia, num setor cheio de mentiras, intrigas e cartéis. O fósforo, onde não é tão boa nossa situação, ainda assim é promissora, porque ainda há muitas indicações de rocha fosfática ainda não avaliadas e muito menos medidas. A Vale, além de ser o maior player do mercado nacional de fertilizantes, deu vários passos para se tornar uma das líderes mundiais do setor. Assumiu as operações da Petrobras em áreas onde a reforma de Collor tirou a estatal. Detém o controle de Tapira (MG), a maior mina de fosfato do Brasil, que minera também em Patrocínio (MG), que está entrando em produção, além de minas de fosfato no Peru e potássio no Canadá. Renacionalizou parte da produção do Brasil em 2010, quando comprou os 20% da Vale Fertilizantes que pertenciam à Mosaic, americana. Agora, a Vale Fertilizantes vai ser quase que totalmente entregue à mesma Mosaic. Num país que se prezasse, um mau negócio destes jamais seria feito. Mas o Brasil não se preza. Não nos incomodamos de ser roubados, desde que seja por multinacionais. O “problema”, mesmo, são aqueles sem-terra querendo fazer uma rocinha. De que adianta ter o sol, a terra, a água, se seus frutos nos serão levados para sempre no preço e nas divisas dos fertilizantes e defensivos agrícolas, que pertencem a eles? Artigo publicado originalmente em http://www.tijolaco.com.br/blog/vale-vende-area-de-fertilizante-aos-americanos-potencia-agricola-e-uma-colonia/
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