Quem Moro pensa que é para não dar satisfações na Câmara? Napoleão? Por Paulo Nogueira |
Cidadania | |||
Friday, 05 August 2016 13:23 | |||
Moro foi fazer, pelo visto, um monólogo sobre um suposto pacote anticorrupção. Disse, depois, diante de questionamentos, que não iria falar de “casos concretos”. (Aqui, o vídeo.) Um momento. Ele queria falar de abstrações? Moro parece não se dar conta de que existe uma enorme parcela de brasileiros que, longe de considerá-lo heroi, têm enormes reservas sobre ele. A maior ressalva é seu comportamento de juiz. Moro nem nas aparências age como um juiz imparcial. Ele tem, registrada em fotos até, uma ligação visceral com a Globo e com políticos do PSDB. As imagens serão o registro eterno da parcialidade de Moro e de sua Lava Jato, para vergonha da Justiça como deveria ser. E ele se acha no direito de nada comentar na Câmara? A agenda não permitia, alegou. Ora, ora, ora. Apenas como especulação, suponhamos que quem dirigisse uma pergunta a ele fosse João Roberto Marinho. Moro atropelaria qualquer compromisso para atender JRM. Vôo marcado? Ora, os aviões partem a todo momento. Moro é um personagem que veio para dividir ainda mais um país já suficientemente separado em dois. Fosse um grande juiz, fosse um estadista da toga, traria união e esperança. Quanto ao pacote anticorrupção, ele deve ser recebido com gargalhadas de escárnio. Há uma classe de brasileiros absolutamente preservada de qualquer consequência derivada de atos de corrupção. Aécio é um caso exemplar. A plutocracia brasileira construiu um sistema em que a lei vale para os outros, os que não estão alinhados com ela. Moro é símbolo desse sistema. Enquanto essa aberração persistir, pacote anticorrupção nenhum fará sentido. Artigo publicado originalmente em http://www.diariodocentrodomundo.com.br/quem-moro-pensa-que-e-para-nao-dar-satisfacoes-na-camara-napoleao-por-paulo-nogueira/
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