Não há absolutamente nada a ser comemorado na agressão a Cunha. Por Kiko Nogueira |
Cidadania | |||
Friday, 14 October 2016 10:34 | |||
Ela se aproxima e começa a desferir golpes com o que parece ser sua bolsa. Ouvem-se alguns passantes hostilizando-o. “Roubou o Brasil!”, fala um sujeito. Outro manda ver o clássico “Fora, Cunha!” O cara que filma a confusão vibra. “Pega o Cunha, senhora!”, diz ele, rindo. Ela desiste num determinado momento. Cunha continua caminhando em direção ao portão de embarque. É compreensível a revolta com Eduardo Cunha. Vê-lo humilhado pode dar satisfação a muita gente. Mas não é cabível cruzar essa linha civilizatória. Qual o limite? E se aquilo se transforma num linchamento? Ou linchamentos são aceitáveis desde que “do lado certo”? O resultado disso? Cunha sai como vítima. Acusa agora a agressora de “estar com um grupo do PT”. Afirma que vai processá-la. Passará a andar com seguranças. O Brasil já está sobrecarregado de ódio e revolta. Chega. O canalha que chuta o mendigo não pode ser imitado. “Responder com violência à violência multiplica a violência, colocando uma escuridão ainda mais profunda à noite já desprovida de estrelas. A escuridão não pode eliminar a escuridão: só a luz pode fazer isso”, disse Martin Luther King. Ou isso ou a barbárie. E na barbárie não há vitória. Acossado Artigo publicado originalmente em http://www.diariodocentrodomundo.com.br/nao-ha-absolutamente-nada-a-ser-comemorado-na-agressao-a-cunha-por-kiko-nogueira/
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