Mãos Limpas: Itália ruma para o cemitério. E o Brasil da Lava a Jato?, por Romulus |
Cidadania | |||
Thursday, 03 November 2016 04:31 | |||
“E ainda os cortes na despesa pública relativamente à saúde e educação, a agressão aos sindicatos, precarização do trabalho e, portanto, das condições de vida de milhões de pessoas. Enfim, o projeto de desconstituição, manifestou-se nas propostas de lei destinadas a reduzir a liberdade de imprensa em matéria de interceptações e de direito de greve”. E, depois da transcrição do livro, Nassif se pergunta: Alguma semelhança com o Supremo e com o Brasil de Temer? – Toda, Nassif! * O trágico, para a maioria da população, é que, contrariamente ao que quer fazer crer o lobby da finança e do 1%, o resultado econômico e social dessa liberalização selvagem e desse arrocho é desastroso. Resultado 1 Crescimento econômico pífio – isso quando há crescimento. Sempre na rabeira da Zona do Euro. Pouco antes da crise financeira de 2008, a Espanha, em feito histórico, estava em vias de passar o PIB da Itália! Resultado 2 Jovens: ou desempregados ou em "CDD" - contrato de duração determinada (temporários). Pulam de um para outro, sem nenhuma garantia trabalhista, estabilidade ou perspectiva de crescimento profissional. Resultado 3 Como ter filhos assim? Dias atrás via na TV francesa reportagem sobre a explosão de protestos de jovens italianos a esse respeito. A despeito se sua vontade de serem pais e de constituírem família, apontavam para a precariedade de sua situação laboral como o impeditivo para terem filhos. Uma das entrevistadas se exasperava: – Pensar em filho como, se o meu contrato de trabalho dura menos que uma gravidez?! * E o que lhes restava então? O êxodo migratório, que os empurra há anos para áreas da União Europeia com melhores perspectivas, no Norte. [Nota: inclusive, aqui na Suíça, isso resultou, entre outros fatores, na aprovação em referendo da suspensão do acordo de livre trânsito de mão de obra com a UE. A Itália se torna, pouco a pouco, um país fantasma. Hoje está ainda no estágio de país-asilo geriátrico: – Muitos velhos, agraciados com a idade avançada que lhes proporciona o estilo de vida mediterrâneo; Pois é... * Linha do tempo Depois da fundação de Roma na Idade Antiga, do Renascimento nos séculos XV e XVI e do Ressurgimento no XIX, eis que chega o estágio “país asilo geriátrico”. Antessala para o último: – “País cemitério”! * Reportagem a esse respeito, da época dos protestos: "Suicídio demográfico": taxa de natalidade desaba há 20 anos. "20 anos"?? Que "coincidência"! Justamente a idade da Operação "Mãos Limpas"! *
* * Salve-se quem puder Na Europa ainda resta aos jovens, ao menos, a opção de migrar para o Norte. E no Brasil? Será possível para 200 milhões fazer como no Amapá e migrar também para a "Europa", cruzando o rio que separa o Estado da Guiana ~Francesa~?! Aviso a quem se animar: Há uma ponte cruzando o rio que separa os dois países. Foi construída, como não poderia deixar de ser, por iniciativa de Lula, com o seu olhar voltado também para o Sul e para os vizinhos. (FHC combinara com Jacques Chirac uma ponte, mas evidentemente não colocou nem mesmo a pedra fundamental. rs) Contudo, o afluxo de amapaenses em busca do salário mínimo de EUR 1.150,00 da França já resultou num aumento considerável no patrulhamento da fronteira. [Fronteira essa – saibam vocês para o próximo quiz de que participarem – que é a maior fronteira terrestre da França. * Brasil rumo ao cemitério? O pior é que, dada a demofobia da nossa elite, tenho certeza de que veem o colapso na natalidade e o êxodo de jovens como uma externalidade (ultra) positiva da política de arrocho. – “Querido” 1%, saiba que não é bem assim, não... Os pobres sempre foram pressionados por dificuldades econômicas e mesmo assim constituíram suas famílias. O custo de criação do indivíduo (mais) elevado, com escola particular, plano de saúde, curso de inglês, etc., é em outro lugar da sociedade: – Quem vai sumir demograficamente é, grosso modo, a classe média tradicional! E os brancos! * Não deixa de ser uma vingancinha mais que merecida da Senzala, não é mesmo? E aí, quem sabe quando os números chegarem a 9 para 1, não haverá a nossa “Revolução Haitiana” (tardia)?
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