Por que as panelas bateram contra Dilma e não batem contra Temer? Por Alexandre Tambelli |
Cidadania | |||
Saturday, 09 September 2017 15:57 | |||
Panelas que bateram contra a "corrupção de Lula, Dilma e do PT" não batem mais. Então, bateram por quê? A resposta a que cheguei (sou um brasileiro pertencente a este estrato social, sou o típico paulistano tradicional, e que convive com essas duas classes sociais diariamente a 49 anos). São três razões centrais (principais) do bater panela com Dilma: 1) Medo da perda da distinção social, pela ocupação coletivizada dos espaços geográficos (shoppings, praias, aeroportos, Miami, barzinhos da Vila Madalena, restaurantes) e compras coletivizadas dos produtos de consumo (celulares I-Phone, perfumes, roupas de marcas, tênis tops, automóvel) pelas classes média e médio-alta tradicionais e os ascendidos sociais da Era Lula/Dilma - a chamada classe C. 2) Medo da concorrência no mercado de trabalho pela possibilidade dos pobres e remediados de chegarem ao Ensino Superior e concorrem com os ascendidos sociais até a Era FHC pelos postos de trabalho com melhor remuneração. 3) Medo de perder a exclusividade no processo de chegar ao topo da pirâmide social, ou seja, que só nós das classes média e médio-alta tradicionais tenhamos as ferramentas e o Capital inicial para chegar à condição de multi-milionários ou bilionários. A corrupção, o mote das manifestações a favor do Impeachment de Dilma Rousseff, foi apenas um pretexto para a defesa da distinção social, da não concorrência no mercado de trabalho melhor remunerado e pela exclusividade no processo de chegar ao topo da pirâmide social. Colocaram um Governo que breca a possibilidade de ascensão social e mantêm o status quo da Era pré-PT e as panelas se silenciaram, mesmo que vivenciemos no mundo real o Governo mais corrupto da História. E você me pergunta: E a meritocracia? Esta nunca existiu nem vai existir, porque o mérito, sejamos sinceros, é confundido com o direito adquirido de ser distinto do brasileiro remediado e do brasileiro pobre, mérito de distinção fabricado de forma "divinatória" e pela "herança familiar". Os de fora deste mundo fechado do brasileiro médio não receberam a Bênção Divina que os mereça capacitar a adentrar no Mundo dos homens de Bem(ns) e ocupar os mesmos espaços geográficos e consumir produtos iguais das classes média e médio-alta tradicionais porque não têm bons modos, classe, glamour e Educação. Artigo publicado originalmente em http://jornalggn.com.br/blog/alexandre-tambelli/por-que-as-panelas-bateram-contra-dilma-e-nao-batem-contra-temer-por-alexandre-tambelli
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