Os responsáveis pela morte do reitor Cancellier serão julgados agora que a coercitiva foi proibida? Por Kiko Nogueira |
Cidadania | |||
Friday, 15 June 2018 02:48 | |||
Por isso a decisão do STF de proibir essa prática nefasta e inconstitucional é uma derrota para a República de Curitiba. O placar foi 6 a 5 e os times foram os de sempre. Venceu a bancada de Gilmar Mendes. Em março, quando mandou capturar Lula em casa com cobertura da Globo, Moro expediu uma nota alegando que as “medidas investigatórias visam apenas o esclarecimento da verdade e não significam antecipação de culpa do ex-presidente”. “Lamenta-se que as diligências tenham levado a pontuais confrontos em manifestação políticas inflamadas, com agressões a inocentes, exatamente o que se pretendia evitar”, completou. Depois se viu que era exatamente a “antecipação de culpa do ex-presidente”, um aquecimento para a temporada de Lula na sede da Polícia Federal em Curitiba. A tentativa de correção de rota é bem vinda, mas, como tudo em se tratando do Supremo, vem atrasada. A delegada que submeteu o reitor Luis Carlos Cancellier não será julgada. Os que o levaram à morte continuarão livres para voar. Submetido a um tratamento medieval, Cancellier foi algemado pelas mãos e pelos pés, metido num uniforme de presidiário e revistado nu. Entrou numa espiral de depressão e dezoito dias mais tarde se atirou do sétimo andar de um shopping center de Florianópolis. Durante o julgamento no Supremo, o ministro Luís Carlos Barroso criticou o que chamou de “surto de garantismo”. É tenebrosamente revelador. Vivemos espasmos de garantismo e legalidade. A regra geral é o arbítrio, a exceção e a violência em nome da lei. Esse é novo normal. Nada mais natural que a besta fascista esteja batendo à nossa porta. Cancellier Artigo publicado originalmente em https://www.diariodocentrodomundo.com.br/os-responsaveis-pela-morte-do-reitor-cancellier-serao-julgados-agora-que-a-coercitiva-foi-proibida-por-kiko-nogueira/
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