Bolsonaro, Moro e Witzel oferecem ao Brasil a paz dos cemitérios. Por Kennedy Alencar |
Cidadania | |||
Thursday, 11 April 2019 05:26 | |||
Mesmo que houvesse bandidos no carro, a ação não poderia ter sido feita como foi. Fuzilar um automóvel no meio de uma avenida é assumir o risco de chacinar pessoas. E, na hipótese de um carro estar ocupado por criminosos, convém lembrar que não há pena de morte no Brasil e que o ministro Sergio Moro ainda não conseguiu flexibilizar a norma de legítima defesa prevista no Código Penal. Mas, no caso em questão, não havia bandidos no carro. Havia uma família. Uma família negra. A política de segurança pública apregoada pelo presidente Jair Bolsonaro, pelo ministro Moro e pelo governador Wilson Witzel (PSC-RJ) é a da mão pesada contra criminosos, é a do uso de violência ainda maior. Essa política objetiva nos dar a paz dos cemitérios, aquela paz que alguém sente quando vê que o inimigo está a sete palmos debaixo da terra. Para essa política ser bem-sucedida, vamos ter de matar todos os bandidos, matar muitas pessoas, sobretudo pessoas pobres, sobretudo pessoas negras. Vamos promover chacinas e tragédias nas nossas periferias urbanas. No domingo, o músico Evaldo Rosa dos Santos morreu. Não foi um exagero. Não foi um erro. Foi um fuzilamento que é reflexo desse discurso de brutalização de nossas políticas de segurança pública. Bolsonaro, Moro e Witzel oferecem ao Brasil a paz dos cemitérios. Artigo publicado originalmene no Blog do Kennedy
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