Renan: CPI chegará aos números do genocídio. Por Tereza Cruvinel |
Cidadania | |||
Wednesday, 02 June 2021 07:28 | |||
Esta é uma das perguntas que não calam no peito dos milhares de brasileiros que perderam seus entes queridos e nem puderam lhe dar um enterro digno. E esta resposta, garante o relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros, será dada pela CPI. “Nós vamos chegar aos números do morticínio, chame-se ele de genocídio ou não”. A partir dos depoimentos de Carlos Murilo, da Pfizer, de Dimas Covas, do Butantã, e de outros fabricantes que ainda serão ouvidos, valendo-se de estatísticos e outros especialistas, a CPI chegará à conta das vidas perdidas criminosamente. “Esta resposta nós vamos dar à sociedade brasileira”, garantiu o senador em entrevista ao Bom Dia 247 de segunda-feira, 31 de maio, em que apontou os próximos caminhos. Mais tarde, ao saber que o governo prepara a realização da Copa América no país Renan chamou o evento de “campeonato da morte”, considerou a medida um desatino e uma ofensa aos brasileiros. “Foi o desespero que levou às pessoas às ruas no sábado. Mas foi uma manifestação pela vida, ao contrário de outras que assistimos”. Nesta terça-feira, primeiro de junho, está na CPI a médica Nise Yamaguchi. “Não queremos discutir eficácia da cloroquina com ela. Queremos que ela nos fale do gabinete paralelo, do gabinete da morte que aconselhava Bolsonaro. Precisamos saber quem o convenceu da tese da imunidade de rebanho, quem levou o governo a investir na cloroquina para convencer as pessoas de que poderiam se contaminar porque haveria remédio, mesmo quando a ciência já havia descartado seu uso pela ineficácia e pelos efeitos colaterais”. Mais tarde se soube que a médica tinha reuniões fora de agenda com a cúpula do ministério da Saúde. Nos próximos dias o ex-ministro Pazuello será ouvido novamente pela CPI. “Ele contou 20 mentiras à CPI mas já foi desmoralizado pelos fatos, na medida em que outros depoimentos expuseram suas contradições e omissões. Ouvi-lo novamente será uma ação pedagógica”. Outro que voltará é o atual ministro da Saúde Marcelo Queiroga. Como diz Renan, quando ele depôs “dizia não saber nada do ministério, nada sabia sequer sobre a execução orçamentária, e nada podia dizer sobre cloroquina porque a Conitec ainda não havia emitido seu parecer”. Mas externou divergências com o presidente da República, defendeu o uso de máscaras, o isolamento social e as vacinas. “Como Bolsonaro continua fazendo o que sempre fez, e ele silencia, está se tornando cúmplice. Queremos saber se ele discorda do que faz o presidente ou se está de acordo”. Um nova vertente será aberta com a investigação sobre o morticínio entre os povos indígenas, o que caracteriza mais claramente o genocídio, por tratar-se de etnia específica. Eles foram bombardeados com cloroquina e enfrentaram imensas provações, como cortes de cestas básicas durante a pandemia. O roteiro do trabalho está claro, portanto. Da soma das investigações sobre sabotagem às vacinas e ao isolamento social, sobre a existência do gabinete paralelo e o uso massivo da cloroquina, e do inventário de tudo o que o presidente fez e continua fazendo, dobrando sua aposta no negacionismo, resultará o relatório que apontará os números da mortandade evitável e a lista dos criminosos, encabeçada pelo nome de Jair Messias Bolsonaro. Artigo publicado originalmente em https://www.brasil247.com/blog/renan-cpi-chegara-aos-numeros-do-genocidio
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