Um breve perfil do colunista da Época que insinuou que o NY Times está no bolso do PT. Por Paulo Nogueira |
Dando o que Falar | |||
Monday, 13 June 2016 03:00 | |||
Mas não por um texto que os tenha encantado. Na verdade, o que ocorreu foi o oposto. Num artigo publicado na Época, Fiúza levantou a suspeita de que o New York Times esteja recebendo dinheiro do PT para fazer a cobertura crítica que vem fazendo ao golpe plutocrata. Ele se igualou à anedótica Ana Paula do vôlei, que ensinou ao leitores, nas redes sociais, que o NY Times é um jornal “dazequerda”. Quem tirou o artigo de Fiúza do lixo que que se auto-arremessou foi o correspondente do Times no Brasil, Simon Romero. No Twitter, ele escreveu: “Simplesmente patético: colunista da Época sugere que NYT está sendo pago. Diz que a imprensa internacional no Brasil deve se mudar para a Venezuela.” Jenny Barchfield, correspondente da AP no Rio, notou o “INCRÍVEL” — as maiúsculas são dela — ponto de Fiúza: “A imprensa internacional precisa tomar um pouco de vergonha na cara. Só um pouco.” Misha Glenny, ex-correspondente da BBC, apontou o “estilo cru” do inglês de Fiúza e seu xenofobismo, “que desde 1968 você não encontra na União Soviética”. (Coisas estranhas acontecem no Planeta Globo: pouco tempo atrás, um diretor da casa, Erick Bretas, se fantasiou de Sérgio Moro em seu avatar no Facebook para defender o golpe e chamar seus seguidores às ruas pela impeachment.) Um internauta, na refrega no Twitter, informou que Fiúza o “chamou pro pau”. Sei que é isso. Numa treta com Paulo Villaça, o crítico de cinema, ele também me chamou para o pau. Tive um acesso de risos e chamei-o de Tom Mix. É um apelido que cabe para Fiúza: Tom Mix. Foi, enfim, a consagração mundial de Fiúza. Fiúza é um colunista de direita protegido por Gustavo Franco, um dos homens fortes de FHC na economia. Quando eu supervisionava a Época, no começo dos anos 2000, Gustavo Franco sugeriu várias vezes para mim que desse uma coluna a Fiúza. Jamais me impressionei com o que li dele, e não o contratei. Mas minha saída abriu muitas portas, e por uma delas entrou Fiúza, o favorito de Gustavo Franco. Sobre o texto em si, faltou evidentemente um editor que lhe dissesse: “Não dá para publicar isso.” Os editores da Época não são exatamente corajosos para questionar um colunista e talvez não tenham discernimento bastante para perceber uma barbaridade que vai constranger a revista mundialmente. Um dos editores é o anedótico Diego Escosteguy, que chegou a escrever tuítes em inglês para tentar convencer a comunidade internacional de que o golpe não era golpe. É o que acontece quando os patrões optam por fâmulos e não por jornalistas. Um jornalista teria detido Fiúza. Mas um fâmulo não: é possível que ele tenha sido atpe elogiado antes que seu artigo rumasse para a gráfica. O melhor diagnóstico é de outro jornalista estrangeiro, Glenn Greenwald: a grande imprensa brasileira é uma piada. Fiúza contra o mundo Artigo publicado originalmente em http://www.diariodocentrodomundo.com.br/um-breve-perfil-do-colunista-da-epoca-que-insinuou-que-o-ny-times-esta-no-bolso-do-pt-por-paulo-nogueira/
|
|||
Last Updated on Monday, 13 June 2016 05:03 |
Agenda |
Aldeia Nagô |
Capa |