Salvador, 15 de setembro de 2025
Acesse aqui:                
Banner
facebookorkuttwitteremail
A imagem da mídia. Por marcos Coimbra
Ajustar fonte Aumentar Smaller Font
Dando o que Falar
Thursday, 30 June 2016 04:42

Marcos_CoimbraA mais recente pesquisa CUT/Vox Populi mostra que entre os mortos e feridos pela crise política a dita grande mídia é uma das vítimas. Nos últimos 50 anos, sua imagem de isenção e imparcialidade nunca esteve tão em baixa.

Realizada entre os dias 7 e 9 de junho, a pesquisa caracterizou atitudes e sentimentos da opinião pública um mês após a posse de Michel Temer. Permite, portanto, identificar como a população compara a Presidência de Dilma Rousseff com a situação atual.

A respeito da mídia, havia duas perguntas. A primeira solicitava uma avaliação do modo como emissoras de televisão, jornais e revistas discutiram o governo Dilma: se foi “com imparcialidade, apenas relatando fatos”, se a trataram de forma “crítica demais” ou “favorável demais”. A segunda, quanto ao governo Temer, era igual.

Em relação a nenhum dos dois, a proporção daqueles que dizem que a mídia foi ou tem sido “imparcial” é majoritária. Apenas 43% acham que Dilma Rousseff foi retratada com neutralidade, enquanto 49% afirmam que Temer é assim apresentado.

Desde quando se fazem pesquisas sobre a imagem dos meios de comunicação, nunca vimos números tão ruins: mal chega à metade a parcela da população que a considera equânime a propósito do último ou do atual governo.

A pesquisa não revela somente seu mau desempenho nos atributos “isenção” e “apartidarismo”. O problema é maior.

A respeito do governo Dilma, 44% dos entrevistados consideram que os veículos de comunicação foram críticos “demais”, enquanto apenas 14% têm a mesma percepção do comportamento da mídia em relação ao governo de Michel Temer. Inversamente, 25% dos entrevistados afirmaram que os meios são favoráveis “demais” ao peemedebista, proporção que cai para 6% quando se trata da petista.

Isso nada tem a ver com as características “objetivas” do noticiário. Não custa lembrar que o levantamento foi realizado quando o foco havia saído dos percalços do governo Dilma e se concentrava nas crises do interino. Ainda assim, os entrevistados mostraram-se capazes de identificar o “lado” da mídia: “Crítica demais” à petista e “favorável demais” ao pemedebista.

Não é, portanto, a quantidade de notícias negativas contra Temer (que era abundante) ou Dilma (que era menor nos dias de realização da pesquisa) a definir o “lado” enxergado pelos entrevistados. A identificação vem da percepção de um “excesso”, a favor ou contra, traduzido no advérbio de intensidade.

O sentimento de que emissoras de televisão, jornais e revistas têm um viés negativo sistemático é especialmente intenso em alguns segmentos da sociedade, como se constata nas variações regionais e socioeconômicas das respostas relativas a Dilma. No Nordeste, apenas 37% dos entrevistados afirmam que a mídia foi justa com ela, enquanto 57% a consideram “crítica demais”. Entre as mulheres, as proporções são de 39% e 46%, com clara vantagem da percepção de facciosidade, quase exatamente os mesmos números registrados entre os jovens (39% e 45%) e os cidadãos com menor escolaridade (39% e 46%).

Só existe um segmento da população que parece acreditar na imparcialidade dos meios de comunicação em relação a Dilma: os antipetistas. Entre os 27% que rejeitam o PT, 63% têm essa opinião. Isso também significa que, até entre esse grupo, 22% não consideram os veículos isentos.

Constatar ser esta a imagem da autointitulada “grande imprensa” é relevante no momento em que o governo interino anuncia a intenção de suspender os investimentos nos veículos desvinculados dos oligopólios de comunicação e acena com o fechamento da EBC, única inciativa pública de expressão no setor.

O argumento de serem mídias “políticas”, enquanto os oligopólios seriam “neutros”, é pueril. A população não acredita nessa versão. É minoritária a parcela daqueles que consideram “apartidários” os meios de comunicação. Em alguns segmentos, é amplamente majoritária a percepção da cobertura enviesada.

Esse dado importa pouco, porém. O governo interino apenas paga uma das muitas contas que precisa acertar com quem o viabilizou. Mesmo com a imagem arranhada, a mídia tradicional quer ser única.

:

Artigo publicado originalmente em http://www.brasil247.com/pt/colunistas/marcoscoimbra/241190/A-imagem-da-m%C3%ADdia.htm

Compartilhe:

 

FOTOS DOS ÚLTIMOS EVENTOS

  • mariofoto1_MSF20240207-131Lavagem Funceb. 08.02.24. Alb 2. Foto: Mário Sérgio
  • mariofoto1_MSF20240207-032Lavagem Funceb. 08.02.24. Alb 1. Foto: Mário Sérgio
  • mariofoto1_MSF20240203-016Fuzuê Alb 1. 03.02.2024. Fotos: Mário Sérgio
  • mariofoto1_MSF20240203-151Fuzuê Alb 2. 03.02.2024. Fotos: Mário Sérgio
  • mariofoto1_MSF20240203-251Fuzuê Alb 3. 03.02.2024. Fotos: Mário Sérgio
  • mariofoto1_MSF20240203-348Fuzuê Alb 4. 03.02.2024. Fotos: Mário Sérgio
  • mariofoto1_MSF20240112-0986Beleza Negra do ilê. Alb 1. 13.01.24 By Mario Sérgio
  • mariofoto1_MSF20240112-1166Beleza Negra do ilê. Alb 2. 13.01.24. By Mário Sérgio
  • mariofoto1_MSF20240112-1342Beleza Negra do Ilê. Alb 3. 13.01.24 By Mário Sérgio
  • mariofoto1_MSF20240112-1485Beleza Negra do Ilê. Alb 4. 13.01.24 By Mário Sérgio

Parabéns Aniversariantes do Dia

loader
publicidade

ENSAIOS FOTOGRÁFICOS

GALERIAS DE ARTE

Mais galerias de arte...

HUMOR

Mais charges...

ENQUETE 1

Qual é o melhor dia para sair a noite?