A lógica da demissão de Villa da Veja. Por Paulo Nogueira |
Dando o que Falar | |||
Thursday, 14 July 2016 06:07 | |||
Isto conseguido, elas perdem a valia. Já não servem para nada. É mais ou menos como Cunha: ele foi protegido pela imprensa — e pelo STF — enquanto teve serventia, até o dia da admissão pela Câmara do processo de afastamento de Dilma. Depois foi jogado aos lobos. É dentro dessa lógica que se deve ver a demissão de Villa da Veja. Como historiador, ele ofereceu ao público da revista uma contribuição extraordinariamente rasa da história contemporânea nacional. Mas como caçador de petistas ele se superou. Tornou-se monomaníaco em relação a Lula, sobretudo, a quem foi ofendendo cada vez mais, ao longo dos anos, até ser processado e pensar melhor nos insultos que proferia. Ele, para a Veja, não serve mais para nada. É uma tendência que o exército antipetista montado pela mídia plutocrática comece a ser dissolvido agora. As empresas comportam-se assim. Do ponto de vista administrativo, contratam especialistas em marketing quando têm que crescer. Trocam-nos por especialistas em finanças quando se trata de amarrar os cintos. Cada ciclo é cada ciclo. São as sístoles e as diástoles, na frase marcante do general Golbery. Villa se comportou com deselegância ao anunciar sua saída. Lembrou que a Veja está passando por uma crise econômica terrível. É verdade. Mas mesmo assim a revista poderia perfeitamente bancar o frila de Villa na TVeja. É pixuleco perto das demais despesas da Abril. Villa falou bobagem também. Disse que suas aparições na TVeja foram campeãs de audiência. Ora, ora, ora. A TVeja é um antiexemplo. É uma mostra da dificuldade brutal que empresas tradicionais de mídia têm ao fazer qualquer coisa na internet. No YouTube, vá ao canal da TVeja e verifique as visualizações, se tiver disposição. É uma miséria. Ou alguém acha que os internautas suportam uma conversa imóvel de uma hora entre pessoas como Augusto Nunes, Reinaldo Azevedo e o próprio Villa? Villa não levou à TVeja a profundidada, a inteligência, a sofisticação de raciocínio que se deveria esperar de um historiador. Levou burrice, ignorância e o preconceito típicos de ativistas de direita. Seu legado, de zero a cem, não chega a ser zero. É abaixo de zero. Rindo do quê? Artigo publicado originalmente em http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-logica-da-demissao-de-villa-da-veja-por-paulo-nogueira/
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