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Empoderando PSDB e DEM, Temer rifa Centrão e PMDB. Por Tereza Cruvinel
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Dando o que Falar
Sunday, 17 July 2016 02:08

Tereza_CruvinelJá não sorriem tanto aqueles deputados que na noite de 17 de abril apresentaram-se ao Brasil com bisonhas declarações de voto a favor do impeachment, e foram comparados pelo escritor e jornalista português Miguel Sousa Tavares a uma “assembleia de bandidos”.

Eles deflagraram o golpe contra Dilma na certeza de que, com Temer, provariam de fato as delícias do poder. Três meses depois, o vice em exercício, que agora só tem olhos para os senadores que julgarão a presidente eleita em agosto, começa a descartá-los e a empoderar de fato o PSDB e o DEM, partidos que sustentaram as políticas neoliberais de Fernando Henrique Cardoso.

 

Na disputa pela presidência da Câmara, o Planalto não apenas desidratou a candidatura do peemedebista Marcelo de Castro, que tinha o apoio do PT, como limou todos os candidatos do chamado Centrão, a começar de Rogério Rosso, do PSD, o candidato de Eduardo Cunha. Pois Cunha também será descartado juntamente com as buchas de canhão que serviram ao golpe mas agora serão apenas massa de manobra.

Rodrigo Maia, ex-presidente do DEM, em seu discurso na noite de quarta-feira invocou a memória de Luis Eduardo Magalhães, para ele uma referência. LEM, como era chamado, no tempo em que o Democratas se chamava PFL (sucessor do PDS e da Arena, partidos da ditadura), encarnou o perfil da nova direita: jovem, moderno, cosmopolita e... conservador. Foi ele, como presidente da Câmara, que garantiu a aprovação da agenda de FHC, passando o rolo compressor sobre a oposição de então, liderada pelo PT. Rodrigo Maia já avisou: sua prioridade na agenda legislativa será votar a emenda que fixa o teto para o aumento de gastos públicos e a reforma da Previdência.

Eleito na quarta-feira, a primeira visita do novo presidente da Câmara foi ao presidente do PSDB, Aécio Neves, um gesto reafirmador do acordo que precedeu o resultado: os tucanos apoiaram o candidato que interessava ao Planalto com a garantia de que serão apoiados para presidir a Câmara no próximo biênio, que vai de fevereiro de 2017 a fevereiro de 2019, atravessando a eleição presidencial de 2018. Por isso os tucanos ameaçaram mas não lançaram a candidatura de Antonio Imabassay.

O próprio PMDB está ressentido e não apenas porque Marcelo de Castro foi “desidratado” para não chegar ao segundo turno da disputa na Câmara. O Planalto alegou que ele não podia se eleger tendo apoio do PT. Mas, como reclamam muitos peemedebistas, não se incomodou com o apoio do PC do B a Maia, desde o início. Se o PMDB não podia ter candidato, deviam ter avisado, dizem outros, chateados com a pressão palaciana para tirar votos de Castro. Alás, foi temendo a hegemonia do PSDB e do DEM que a bancada peemedebista lançou seu candidato. Outras reações virão, se o PMDB ainda for o mesmo.

Mas é o chamado “Centrão”, formado por partidos como PP, PR, PT, PRB e assemelhados,  que sentiu mais fortemente o golpe. Seus líderes reconhecem que a diferença na disputa final – 285 votos para Maia e apenas 170 para Rogério Rosso – foi um sinal de que o grupo alinhadíssimo com Eduardo Cunha perdeu força e deixou de ser relevante. Afinal, o golpe o já passou na Câmara. Com migalhas fisiológicas e negociações individuais o Planalto obterá os votos do bloco para as matérias de seu interesse. O líder do PP, Aguinaldo Ribeiro, reconheceu em declaração à Folha de São Paulo: “O jogo agora é outro. O cenário, neste momento, é de indefinição. Vamos ter que sentar e decidir, com maturidade, se vamos seguir juntos ou não. Até esse nome, 'centrão', ficou com uma imagem muito pejorativa".

A estratégia de Maia é mesmo dissolver as diferenças entre os dois grupos governistas. “Temos uma base aliada de 400 deputados. Não vamos mais separá-la: a base da antiga oposição e a base do 'centrão'. Isso tudo está atrapalhando o Brasil". Se está atrapalhando, tem que acabar. Por isso o Centrão, enquanto bloco, parece ter os dias contados.

Nesta geleia geral, o baixo clero voltará para seu lugar e o PMDB continuará sendo coadjuvante de um governo que será efetivamente conduzido pelo grupo palaciano (Geddel, Padilha e Moreira Franco), pelo DEM e pelo PSDB. Este é o sentido mais perverso do golpe. Os que perderam a eleição presidencial chegaram ao governo sem voto e vão governar sem voto.

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Artigo publicado originalmente em http://www.brasil247.com/pt/blog/terezacruvinel/244221/Empoderando-PSDB-e-DEM-Temer-rifa-Centr%C3%A3o-e-PMDB.htm

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Last Updated on Sunday, 17 July 2016 02:11
 

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