“Não temos provas, mas convicção”: o powerpoint de Dallagnol nos jogou de vez no Paraguai. Por Kiko Nogueira |
Dando o que Falar | |||
Thursday, 15 September 2016 03:42 | |||
Com um discurso recheado de chavões vazios, copiados de colunistas de direita, absolutamente político, o líder da força tarefa da Lava Jato, que apresenta em igrejas evangélicas suas soluções para a corrupção, falou que Lula é “o grande general que determinou a realização e a continuidade da prática dos crimes”. É também o “comandante máximo do esquema de corrupção identificado no petrolão”. Fazendo uma conta de chegada o esquema na Petrobras movimentou 6,2 bilhões de reais em propinas. Lula estava, diz ele, “no topo da pirâmide do poder”. A fim de aparecer para as câmeras e, quem sabe, ganhar uma palavra dicionarizada como “petralha”, tudo era parte de “um quadro muito maior chamado “propinocracia”. O ex-presidente “escolhia os nomes para os altos cargos do governo” e “é o verdadeiro maestro desta orquestra criminosa”. No diagrama vagabundo que faria corar o gerente de marketing das Casas Tamakavy, várias bolinhas com setas apontavam para um círculo com o nome de Lula. Eram preenchidas com juízos de valor e expressões idiotas como “reação de Lula” (!?). O powerpoint rendeu uma série de paródias muito boas e muito mais reveladoras do que o original. Depois de seu solo de guitarra, com ampla cobertura da Globo News e seus colunistas em êxtase, ele finalmente foi ao que interessa quando respondeu a um jornalista na coletiva: “Não temos como provar. Mas temos convicção”. Espera um pouco. Transformaram o Brasil no Paraguai. O golpe chega a seu real objetivo. A derrubada de Dilma era um pit stop. Trata-se de tirar Lula da disputa de 2018. E aí vale tudo.
|
Agenda |
Aldeia Nagô |
Capa |