Esta quarta-feira tem tudo para ser o primeiro dia do fim do governo Temer. Por Paulo Nogueira |
Dando o que Falar | |||
Thursday, 20 October 2016 04:49 | |||
Todos os argumentos apresentados agora para sua prisão já estavam detalhados no documento que o MPF de Janot entregou a Teori, no final de 2015. Não há nada de novo. E mesmo assim demorou uma eternidade que Eduardo Cunha fosse preso. Um internauta disse que depois que uma velhinha deu sandalhadas em Cunha num aeroporto ficou impossível não fazer nada. É o humor no meio do caos. A real coincidência não é com o ataque da brava senhora. É com o crescimento vertiginoso das críticas a Moro mesmo fora da esquerda. Terá sido um lance de marketing para ele mostrar que não é durão apenas contra o PT? Se sim, foi inútil pelo tempo absurdo que Cunha gozou em liberdade mesmo depois de flagrado com contas na Suíça. (Não esqueçamos que a denúncia partiu das autoridades suíças, que entregaram numa bandeja os documentos aos pares brasileiros. Moro não tem mérito nenhum nisso.) Na esquerda, o maior receio é que à prisão de Cunha se siga uma nova onda de brutalidades pseudojurídicas contra a esquerda. O fantasma que mais assusta, aí, é Lula preso. Ao que tudo indica, é mais fantasia que realidade. Prender Lula é uma operação tremendamente complexa e arriscada para Moro e a plutocracia. E agora? Já fervem as especulações em torno de uma delação premiada de Cunha. Que sobrará de Temer e seu governo caso ela ocorra? Nada. É virtualmente impossível imaginar que um homem com o caráter de Cunha — e com seu fabuloso manancial de informações — aceite resignadamente a prisão enquanto seus ex-companheiros e comparsas se divertem lá fora. Esta quarta-feira tem tudo para ser o primeiro dia do resto do governo Temer. Será um milagre que Temer aguente se sustentar até 2018. Veremos em breve. Mas a questão mais doída em toda esta história é: por que só agora?
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