O xeque mate no Brasil dos super herois da Lava Jato. Por Kiko Nogueira |
Dando o que Falar | |||
Thursday, 01 December 2016 01:45 | |||
Em coletiva sem powerpoint diretamente de Curitiba, repudiaram o que chamaram de “ataque” feito pela Câmara dos Deputados às suas investigações e à sua independência. As alterações no pacote anticorrupção, feitas na madrugada passada, não lhes agradaram. Carlos dos Santos Lima avisou que a força-tarefa iria abandonar os trabalhos se a “proposta de intimidação” for sancionada. “Se nós acusarmos, nós podemos ser acusados. Nós podemos responder, inclusive, pelo nosso patrimônio. Não é possível, em nenhum estado de direito, que não se protejam promotores e procuradores contra os próprios acusados”, disse. “Nesse sentido, a nossa proposta é de renunciar coletivamente caso essa proposta seja sancionada pelo presidente”. Num rasgo de mimo, megalomania e uma estranhíssima noção de autonomia total, comunicou que vão “simplesmente voltar para nossas atividades.” Ora, mas não era isso o que faziam? Ou era uma missão divina? Dallagnol falou no “golpe mais forte” contra a Lava Jato e afirmou que o objetivo é “estancar a sangria”, citando Romero Jucá em conversa com Sérgio Machado. “Há evidente conflito de interesses entre o que a sociedade quer e aqueles que se envolveram em atos de corrupção e têm influência dentro do Parlamento querem. O avanço de propostas como a Lei da Intimidação instaura uma ditadura da corrupção”, falou. “Por que a sociedade brasileira vai permitir que corruptos, pessoas condenadas por corrupção, continuem na liderança da empresa Brasil?”. Onde estava esse discurso indignado durante o vergonhoso impeachment de Dilma, capitaneado por bandidos? São cenas explícitas de autoritarismo. Representam eles todo o Judiciário? Cármen Lúcia está de acordo? Rodrigo Janot também? Temer deve vetar e pedir desculpas de joelhos? A oportunidade de discutir e dialogar foi destruída. Afinal, o foro privilegiado existe só para políticos ladrões? E juízes? Na ideia original da turma de Dallagnol, os direitos de todos os cidadãos seriam restringidos? Uma das medidas originais pretendia tornar obrigatórios, no serviço público, “testes de integridade”, feitos sem o conhecimento da pessoa. Dallagnol seria inquirido sobre a questão moral de comprar apartamentos construídos para o Minha Casa Minha Vida? Os suspeitos de sempre deram aos homens de Sérgio Moro um status de excepcionalidade e agora temos de lidar com seus esperneios quando são contrariados. Numa democracia, poder-se-ia aconselhá-los a fazer militância política entrando num partido ou montando o deles. O problema é que o projeto de poder do Ministério Público Federal dispensa, eventualmente, detalhes como a democracia. Dallagnol e o colega Lima Artigo publicado originalmente em http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-xeque-mate-no-brasil-dos-super-herois-da-lava-jato-por-kiko-nogueira/
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