O significado da surra histórica que Renan deu no Supremo. Por Paulo Nogueira |
Dando o que Falar | |||
Thursday, 08 December 2016 14:07 | |||
Inventaram uma saída. Um réu como Renan não pode estar na linha de sucessão da presidência. Este era o argumento de Marco Aurélio para afastar Renan. (De resto, uma razão velha, dado o número de anos em que Renan é réu.) A gambiarra criada foi estabelecer que um réu não pode virar presidente da República. Mas comandar o Senado ou a Câmara pode. Renan triunfou assim. O episódio mostra muitas coisas. Por exemplo, o absurdo que é a política nacional. Lugar de réu é no tribunal — e não na presidência do Senado, ou da Câmara, ou do que for. (Mas nós suportamos tudo, incluído aí um consagrado gangster comandando um processo de impeachment.) O caso demonstra, também, o contraste formidável entre a força dos Renans do Congresso e a fraqueza pomposa dos eminentes ministros do STF. Eles falam difícil, num português para poucos, mas não mandam nada. Foi-se a ilusão de que no Supremo se juntavam senhores justos prontos a impedir que a lei fosse subvertida por gente de pouco ou nenhum escrúpulo. Não apenas justos — mas inexpugnáveis, fechados a barganhas de bastidores. Acordamos para a doída realidade de que não temos apenas o pior Congresso do mundo. Temos também um Supremo medonho — tão inoperante e tão acoelhado que não conseguiu ser páreo para Renan. Surrou o STF Artigo publicado originalmente em http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-significado-da-surra-historica-que-renan-deu-no-supremo-por-paulo-nogueira/
|
|||
Last Updated on Friday, 09 December 2016 02:11 |
Agenda |
Aldeia Nagô |
Capa |