Interessada na auto preservação, a cracolândia do Planalto não se importa em destruir o Brasil. Por Kiko Nogueira |
Dando o que Falar | |||
Wednesday, 31 May 2017 06:20 | |||
Ninguém faz mais questão alguma de manter as aparências. “A agenda da Câmara é a do mercado”, resumiu Rodrigo Maia num tal Fórum Investimentos Brasil 2017. Na companhia das principais lideranças do PSDB, seus sócios no golpe, Temer vendeu um peixe a empresários que, como sempre, não encontra respaldo na realidade. “Não permitiremos – e houve momentos de medidas populistas – que voltem a colocar em risco o presente e o futuro dos brasileiros”, disse Michel a um público de investidores “de mais de 40 países, de mais de 20 setores” — segundo ele mesmo, que organizou a palhaçada. “Não há plano B”, declarou o sujeito que nunca foi plano A nem para si mesmo. Aloysio Nunes, Geraldo Alckmin e João Doria estavam lá para prestar seu apoio e se imolar no altar de uma democracia de araque. “Mantenham suas esperanças no Brasil. Mantenham seus investimentos aqui”, pediu Doria. Aloysio, o chanceler mais inapropriado desde José Serra, garantiu: “Senhor Presidente, o senhor entregará em 1º de janeiro de 2019 ao seu sucessor um país muito melhor do que o que recebeu”. Alckmin, alisando a careca, atacou com a platitude de que “o Brasil não quer populismo”, repetindo o mantra de MT que fica ainda mais estúpido diante da sucessão de evidências de assalto à mão armada. Há um dado da natureza nessa farsa, combinado com o caráter baixo desses homens públicos. O instinto de se proteger colocará suas carreiras à frente do país. Se isso destrói o país, como acontece, dane-se. Essa conduta pequena, egoísta e incontrolável está tornando o Brasil mais instável, imprevisível e perigoso. Como é guiado pela lógica da máfia, Temer acaba se embaralhando em suas próprias malandragens. Deputados do PMDB do Paraná se recusaram a assumir os ministérios da Transparência ou da Cultura. Com isso, Rodrigo Rocha Loures, o “Rodriguinho”, seu homem da mala, segue sem foro privilegiado. O medo é de Rocha Loures, fraco e subserviente, que tem todos os segredos do patrão, fazer delação premiada. Quanto Michel e sua corja não estão movimentando de dinheiro para colar seus traseiros à cadeira? Embora adore apelar para a Constituição, a cracolândia do Planalto tem sua ética própria e suas regras. Nenhuma delas diz respeito a uma ideia republicana de nação, mas de como conseguir mais drogas para ficar de pé — nem que seja por mais um dia.
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