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Queima de arquivo. Por Ruy Castro
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Dando o que Falar
Friday, 26 November 2021 07:43

Ruy_CastroJair Bolsonaro acaba de nomear para a direção-geral do Arquivo Nacional um ex-chefe de segurança do Banco do Brasil, ex-subsecretário de Segurança do Distrito Federal, premiado pela Confederação Brasileira de Tiro e sócio do Clube Colt 45.

Com todo esse cartel, o cidadão parece entender de armas. Mas o Arquivo Nacional não é um estande de tiro.

Ele foi fundado em 1838, na Regência do marquês de Olinda, com a finalidade de preservar documentos públicos —administrativos, jurídicos, históricos. Entre milhares de itens, contém os arquivos trazidos pela Corte em 1808, uma coleção de fotografias iniciada em 1860, as Constituições do Império, os papéis pessoais do duque de Caxias e de muitos presidentes da República, registros de entrada de imigrantes, processos de tribunais civis e militares e o que mais você pensar. Contém a história do Brasil —daí ter sido, quase sempre, dirigido por historiadores, diplomatas, bibliotecários e, não por acaso, arquivistas.

Mas é apenas coerente que, em vez de um especialista, Bolsonaro escale um pazuello para a função. Engana-se, porém, quem acha que Bolsonaro só quer fuzilar a cultura. Ele quer transformá-la, moldá-la à feição dos seus esgares, daí os pazuellos que ocupam hoje os órgãos da cultura na área federal. No caso, sua intenção —ou de quem o municia ideologicamente— é usar o Arquivo Nacional para reescrever a história, fazendo com que golpe se transforme em revolução, ditadura em regime forte e tortura em interrogatório.

Como não é possível rasurar os documentos, a solução é destruí-los. Para isso, Bolsonaro autorizou as repartições federais a requisitar documentos do Arquivo Nacional e eliminá-los sem qualquer controle. Melhor ainda se forem os que se referem à ditadura militar, perigosamente à disposição dos estudiosos.

Parece uma queima de arquivo e, se for, tão grave quanto aquela em que você está pensando.

Artigo publicado originalmente em 

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2021/11/queima-de-arquivo.shtml

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