A "liberdade" do Mercado é a de oprimir a classe trabalhadora. Salário subindo, desemprego baixando, profissionalização de empregados domésticos, qualificação profissional, trabalhador viajando de avião e deram um golpe em Dilma. 

Em pleno golpe, o Mercado começou a chamar emprego precário de "empreendedorismo" e convidou os milhares de trabalhadores de quem o Mercado tomou empregos formais, oportunidades, educação, formação profissional, direitos e futuro, para "trabalharem para si próprios".

Escravos de si mesmos, produzem, até 18 horas por dia, sem almoço, jantar, sem parada, sem banheiro pra ir, num regime de autopunição e esgotamento mental e físico.  

 Pegaram seus pequenos patrimônios e colocaram à disposição da firma. Pela firma, trabalham 7 dias por semana, como se sócios dos aplicativos fossem. Aplicativos que não pagam nem os riscos às vidas de milhares de brasileiros.

O Mercado criou aplicativos e, com eles, a clandestinidade trabalhista. "O aplicativo paga", repetem, enquanto o aplicativo toma.  Todos acharam que eram patrões, mas eram mão-de-obra irregular de redes estrangeiras, para as quais deixam 25%, 30% e até 40% de tudo o que produzem trabalhando.

Trabalhadores não estão pagando impostos para pagarem extorsão. 

 Monopolizada por aplicativos, a prestação de serviços de transporte, alimentação, hospedagem e até corretagem de imóveis, no Brasil, passou a ser operada por grupos que levam embora parte significativa do lucro bruto de milhões de trabalhadores precários.

Os trabalhadores de aplicativos não são livres, não são empreendedores, nem os clientes que fizeram estes anos são deles.

Os trabalhadores de aplicativos, à margem de qualquer categoria profissional, nem pelos "clientes" que atende, são respeitados.

Concentrar a prestação de serviços a estes aplicativos, é uma imprudência política e econômica. Basta a queda da rede, por algumas horas, para que todo um setor de serviços despenque e fique todo mundo olhando para um celular a serviço do caos.

Em Portugal, um aplicativo foi responsável por inflacionar os aluguéis de todo o país, tornando impossível alugar uma casa com salário mínimo. 

 O ifood explora entregadores e restaurantes, operando um lobby tão violento que não admite nem a organização destes que ela explora. 

 Os aplicativos de compras operaram, por anos, no contrabando. Os aplicativos de streaming já são um escândalo global, há 20 anos. 

 Os aplicativos precisam ser regulados e essa regulamentação precisa cobrir a proteção de direitos dos trabalhadores nesses aplicativos, além de proteger toda uma cadeia de serviços e milhões de consumidores que utilizam essas pragas. 

 Por mais que buzinem para que o Estado saia da frente, não adianta querer ultrapassar o Mercado que vem na contramão do desenvolvimento desse país e de toda a humanidade.

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