Antipática a prática do "eu já sabia". Mas, às vezes, necessária.
Tenho, no entanto, a felicidade de, na primeira foto que vi de Sergio Moro, de paletó, camisa e gravata pretas, ter escrito na "Folha de S.Paulo", que desconfiava do estilo mais para justiceiro do que para juiz.
Nem os de futebol se vestem mais de preto, escrevi.

A entrada de Lula no jogo eleitoral e a atuação genocida de Jair Bolsonaro na pandemia trazem componentes novos para o jogo eleitoral. Com o agravamento da situação sanitária, econômica e social, entra-se em um quadro de caos, no qual todas os desfechos – mesmo os mais improváveis – precisam ser ponderados.

O Brasil vive a catástrofe que os epidemiologistas previram no começo do ano passado. Não há mais vagas em UTIs. O equipamento necessário para intubações deve acabar em poucos dias em várias cidades. Já há pacientes sendo intubados com anestésico diluído.

Leviatã parece estar se posicionando para uma matança geopolítica tipo Kill Bill - embora brandindo uma enferrujada espada de samurai de aço de alto carbono.

A ameaça de Bolsonaro de que pode decretar estado de sítio parece ser, mas talvez não seja, um estágio além do blefe do golpe, quando o sujeito aparecia nas manifestações de Sara Winter. Pode ser

Está consolidada a marca de 2 mil mortes diárias pela Covid-19 e ninguém duvida que é questão de tempo – pouco tempo – para chegar às 3 mil.

O Dieese pesquisou 67 setores da economia, a pedido da CUT, para identificar os efeitos da Operação Lava Jato na vida dos trabalhadores e na atividade econômica do país. Infelizmente, o estudo não teve a projeção merecida, dadas as conclusões estarrecedoras.

O ressurgimento de Lula da Silva, prestigiado até pela atenção da CNN americana, simultâneo a outros fatos de aguda influência, levam Bolsonaro ao estado de maior tensão e descontrole exibido até agora.

No penúltimo domingo de maio, Jair Bolsonaro provocou aglomeração durante um protesto contra o Congresso e o STF. Na terça, Rodrigo Maia fez na Câmara um "convite à pacificação dos espíritos".

Imagine-se que, na semana que vem, Jair Bolsonaro renuncie a si mesmo. Que abdique da alma monstruosa que reina sobre o país da morte.