| Especialista alerta para a violação de dados pessoais na internet |
| Tuesday, 22 September 2020 15:33 | |||
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“Acho que esse redirecionamento para páginas e anúncios, em alguns casos, é por estar conectada à internet. Às vezes alguém comenta algo e tendemos a dar uma pesquisada, porém, nos casos onde não há conexão a coisa fica muito bizarra. Talvez haja algum tipo de ‘inteligência artificial’ nos celulares (como recentemente aconteceu com os da Xiaomi), que faz parecer que estamos sendo ‘vigiados’ o tempo todo”, conta a estudante. A era do big data vem deixando intrigada a população com relação à tecnologia. Em 2013, o relato de um ex-funcionário da National Security Agency (NSA), Edward Snowden, levou a público informações detalhadas sobre o monitoramento ilegal de dados para espionagem, segundo os periódicos “The Guardian” e “The Washington Post”. Após aproximadamente dois anos do vazamento de Snowden, o site WikiLeaks divulgou uma lista que incluía a então presidente Dilma Roussef e outros 28 membros do governo petista com os telefones grampeados pela inteligência americana. “O caso de Snowden, retratado em produções audiovisuais como ‘Citizenfour’, ou o filme que leva seu nome (Snowden/2016), demonstra como nossos dados, mensagens, aplicativos, câmeras e smartphones estão interligados e como a nossa privacidade é invadida através destes órgãos, onde quer que você esteja. O ‘xis’ da questão é que estes dados, geralmente se transformam em mecanismos de vendas para grandes empresas, que rastreiam as conversas e publicitam anúncios de acordo com as nossas rotinas”, explica a consultora de Marketing Digital, Priscyla Caldas. Especialista no mercado digital há mais de 15 anos, a diretora da “Aruna Marketing” afirma não se sentir tão segura sobre a integridade de dados preenchidos na internet. Segundo Priscyla, o motivo do internauta ser surpreendido com peças publicitárias sobre algo pesquisado vem da classificação, armazenamento e transferência não autorizada dos dados por parte de empresas, invadindo a privacidade do consumidor para guiá-lo às ofertas. Entretanto a consultora destaca uma mudança de rumos na política interna, com a sanção da Medida Provisória (MP) 959 na última quinta-feira (17), pelo presidente Jair Bolsonaro, que trata do prazo de vigência da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD/Nº 13.709). Válida desde sexta-feira (18), a nova lei coíbe a propagação de dados sem o consentimento prévio dos fornecedores. A operacionalização da LGPD aconteceu após o prazo de dois anos estabelecidos pelo ex-presidente Michel Temer, em agosto de 2018. Embora a lei estando em vigor, a especialista explica que os avisos e penalidades (multas) em empresas só serão válidas em agosto de 2021, devido a Lei da Pandemia (Nº 14.010/2020) e a desestruturação da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD). Para Priscyla, prorrogar a regulação pode significar que os internautas de certa forma, ainda sigam com seus dados vulneráveis. “Não sou a favor de ficar na paranoia e tentar se esconder de tudo isso, o que considero cada vez mais impossível, mas tomar cuidado e ficar atento com o que compartilha e como se expõe já é um bom começo, enquanto a LGPD passa pela lenta estruturação. No momento em que estamos vivendo, temos que ter consciência dos riscos diários que nos cercam, como também ter ideia do que e quem pode estar por trás do que acontece ‘sem querer’ no nosso dia-a-dia. Embora o processo seja lento, a nova lei vem com a intenção de combater esse panorama”, conclui. Para saber mais sobre a LGPD e o uso de dados na web, acesse www.arunamarketing.com.br.
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