| Surto de ansiedade coletiva: psicanalista alerta para possíveis danos emocionais dos jovens após longo período de isolamento |
| Monday, 18 April 2022 13:58 | |||
|
Conforme relatos noticiados, a crise coletiva de ansiedade provocou sintomas diversos nos estudantes: sudorese, falta de ar, baixa saturação, pânico, taquicardia, crises de choro, tremores e medo intenso. Uma crise em cadeia que gerou insegurança ao corpo docente da instituição de ensino, assim como nos pais e responsáveis. Esse fenômeno psicológico pode estar associado à retomada das aulas presenciais após dois anos de estudos remotos. Retomar o ritmo normal de um ano letivo, suscita aspectos desafiantes em relação ao impacto desse processo. Já que, tanto alunos, docentes e responsáveis, viveram desafios estruturais e emocionais importantes no momento de isolamento. Visto que, não há dúvidas quanto a sensibilidade, insegurança e ansiedade de todos em relação aos acontecimentos dos últimos anos. Já que o trabalho pedagógico, assim como diversas outras atividades, precisou ser reinventado e readaptado. A preocupação com a segurança e saúde aumenta a cada dia e demonstra a real necessidade de uma escuta ativa e acolhimento intenso destes estudantes. Jovens que estão se readaptando à essa retomada. Psicanaliticamente falando, temos que ressaltar o aspecto relativo à criação de expectativas. Os alunos desejam, assim como os adultos a normalidade, onde possam desenvolver o senso de pertencimento, socializar e interagir com pessoas de sua idade. E como o momento ainda é bastante delicado, toda e qualquer anormalidade pode provocar um descontrole e desequilíbrio em todos os envolvidos. A grande questão é que, os alunos são sujeitos envolvidos na dura missão de tentativa de controle de suas emoções, dúvidas e medos. Desafiados a uma nova adaptação cotidiana que não alimente, de modo geral, um pânico crescente, através da busca por uma racionalidade. Afinal, é preciso estar preparado emocionalmente para essa retomada. A priorização do material humano e a cautela, complementam a necessidade de encontrarmos respostas e acolhimento dentro de todo esse contexto. Enfim, mais um caso que exemplifica a necessidade de se cuidar e favorecer a saúde mental. Estamos todos sujeitos a algum tipo de transtorno. Além disso, se a escola é feita de pessoas, uma coisa é certa: não se pode negligenciar a vulnerabilidade e a necessidade de se construir conteúdos afetivos que sustentem o atendimento a uma demanda legitimada pela preocupação dessas famílias, pela ansiedade dos alunos e pelo desejo em voltar a uma normalidade tão almejada por todos. Fato é que, essa crise de ansiedade coletiva demonstra e dá sinais da devastação emocional que evidencia a elevação dos casos de transtornos psíquicos, como: depressão, fobias e pânico. Uma constatação que aciona o botão vermelho de alerta para que sejam levadas em consideração, as dores internas de cada um. Ou seja, é preciso atender ao coletivo de forma segura, saudável, empática e com muito afeto. Dra. Andréa Ladislau / psicanalista Andrea Ladislau é graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Possui especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. É palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras e escreve para diversos veículos. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional de pessoas do Brasil inteiro.
|
|
Agenda |
Aldeia Nagô |
Capa |