No artigo publicado pela revista norte-americana Vanity Fair, citado pelo jornal Público, neste domingo, “só as três dependências da coroa britânica (Caimãs, Ilhas Virgens Britânicas [BVI] e as Bermudas) proveram US$332,5 biliões (mais de 257 bilhões de euros) de financiamento para a City, a maioria sem impostos inclusos”.

Reflexões sobre a Bastilha mental. Dessa vez eu senti a vertigem. Escrever sobre um tema tão explosivo, aproximar-se de pessoas que vivem até hoje dentro de uma usina nuclear cheia de vazamentos, me deu a sensação de estar no topo de um edifício em chamas, olhando o abismo lá embaixo.

Uma homenagem aos brasileiros que não tiveram protetores na hora do pesadelo. Li muitas coisas sobre a morte de Ruy Mesquita. A maior parte do que li poderia muito bem não ter lido, essa é a verdade – lugares comuns lacrimosos e sentimentais pouco vinculados à realidade.

Começo a analisar, por fim, o tormentoso julgamento do mensalão, a Ação Penal (AP) 470. Ano passado, enquanto se desenrolava este drama, estava afastado, por razões profissionais, de minha coluna do Sul21 e ao retornar, por mínima medida de cautela, optei por aguardar a publicação do acórdão e seus desdobramentos.

Quem se informou sobre a convenção do PSDB que ocorreu no último sábado e que elegeu Aécio Neves seu presidente pode pensar que a única proposta da agremiação para o Brasil resume-se à definição do jornalista Elio Gaspari (colunista de O Globo e Folha de São Paulo) sobre a estratégia eleitoral do partido, que acha que se seus eleitores ficarem com duas vezes mais raiva do PT os candidatos tucanos terão o dobro de votos.

Serra é hoje um Lacerda sem carisma e sem talento — graças a Deus. O discurso de Serra na convenção do PSDB é uma mistura de obtusidade, má fé e cinismo.

As justas pancadas da filósofa na mídia e na classe média. A filósofa Marilena Chauí fez duas apreciações interessantes nesta semana, uma sobre a mídia, outra sobre a classe média. Numa, sobre a mídia, ela foi econômica. Noutra, sobre a classe média, foi torrencial.

Nestes meses de março e abril de 2013 temos lido, ouvido e assistido a um episódio sem precedentes no Congresso Nacional, que coloca em evidência a relação religião-política-mídia. Em 5 de março foi anunciada pelo Partido Socialista Cristão (PSC), a indicação do membro de sua bancada o pastor evangélico deputado federal Marco Feliciano (SP) como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal (CDH).

Na verdade, o famigerado mensalão foram dois “mensalões”. O primeiro serviu para pagar as dívidas da campanha de 2002. O segundo para investir nas eleições de 2004 e integrar estratégias eleitorais de legendas coligadas.

Em algum momento lá trás, eu mencionei o “mínimo distanciamento histórico” em relação aos fatos que produziram o escândalo do mensalão. Preciso agora enfatizar o termo “mínimo”, ou mesmo me contradizer. Não há distanciamento histórico.